“A malabarista brilha sob a lona. Seu sorriso-encantado vai colhendo aplausos por toda parte. Seu vestido colorido-vivo guarda em si a menina e a moça que dialogam dentro dela. A menina gargalhando expressões em timidez e travessura. A moça equilibrando malabares em gracejo e poesia. E a malabarista entra em cena temperando uma e outra no jeito de andar, de olhar, de chegar. E assim se faz estrela na sua certeza e na contradição. Seu corpo baila solto acompanhando a direção dos holofotes da canção verso a verso. No apagar das luzes, no fechar das cortinas, ela retira a maquiagem e se recompõe dentro de uma calça jeans e uma básica preta. E assim volta ao seu verdadeiro disfarce. Sai vagando pela cidade, cumprindo tarefas, obedecendo os movimentos urbanos e fingindo um meio-sorriso. Se guia pelo horóscopo da semana na certeza de que, cedo ou tarde, as luzes se acenderão novamente sobre seus malabares trazendo de volta a menina e a moça engarrafadas dentro dela.” O Teatro Mágico
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
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